Jovem do concelho de Pinhel tem tipo de sangue raro e aguarda por transplante de coração
Inês apela à solidariedade
Inês Tomé, de 18 anos, residente em Manigoto, no concelho de Pinhel, apela à solidariedade para encontrar dadores de sangue com o tipo B-. O apelo surge numa altura em que esta jovem e família se confrontam com a necessidade de ser feito um transplante de coração para que a Inês continue a viver e possa acabar os estudos, que interrompeu este ano, quando frequentava o 12º ano na Escola Secundária de Pinhel.
Fica aqui parte de um texto escrito pela própria Inês, onde relata a sua situação: “Sou a Inês e tenho dezoito anos. Moro numa pequena aldeia do interior de Portugal, no distrito da Guarda, chamada Manigoto.
Eu sempre fui uma criança com alguns problemas de saúde. Nasci com problemas de coração. Aos 5 meses de idade fui operada, tudo correu dentro dos possíveis. Todos estes anos levei uma vida dita “normal” mas sem fazer educação física e muitas mais coisas que gostava. Durante o Verão passado (nas férias escolares) estive num ATL durante duas semanas, mas não consegui acabar o contrato, porque a meio já estava muito cansada e tive de ir para Coimbra de urgência. Os meus médicos apenas me deram mais medicação. Ia quase todas as semanas a Coimbra ou para o hospital próximo, porque me sentia mal na escola. No fim de Setembro fiquei internada em Coimbra e não se chegou a conclusão nenhuma. Só em Fevereiro é que me disseram que o meu coração andava muito cansado.
Continuei a piorar e numa semana tive que ir várias vezes ao centro de saúde, ao hospital da Guarda e por fim a Coimbra, aos hospitais dos Covões, mas aí foi para esquecer. A minha cardiologista marcou a consulta para o dia 19 de Abril. Nesse dia disseram-me que o meu coração estava mal, que ia ficar internada para resolverem a situação e não me disseram muita coisa, apenas me disseram que não podia estudar mais este ano. Deram-me uma carta para entregar na escola. Eu li-a e vi que ia fazer um transplante de coração.
A partir daí, a minha vida e da minha família deu uma volta muito grande. Tudo mudou: os nossos hábitos, o meu dia-a-dia, e a minha família teve de começar a viver em função de mim. Esta situação está -me a deixar muito em baixo, porque eu sempre fui independente e muito activa.
Tenho que ter uma pessoa junto de mim 24h por dia. Por isso, a minha mãe está desempregada e não pode procurar trabalho. Apenas o meu pai trabalha.(…)
Eu, neste momento, preciso de cuidados especiais: uma alimentação variada, um tratamento especializado no dentista, toda a minha medicação, que é muito cara(…).
Por outro lado não sei quanto tempo irá demorar a realização do transplante, porque tenho um tipo de sangue muito raro.”