O responsável pelo Movimento para a Mobilização e Unidade dos Professores, Ilídio Trindade, anunciou hoje que vai fazer campanha anti-PS nas eleições deste ano, como resposta à destruição "da classe docente e da escola pública".

"Farei, da minha parte, o possível por fazer uma campanha anti-PS", disse o dirigente antes do início do encontro que cinco movimentos de professores independentes promovem em Leiria.

Considerando que este ano o voto dos professores vai oscilar mais que noutras eleições, aquele responsável sublinhou que "toda esta problemática na educação foi posta em prática e causada por um partido político que está no Governo".

"Só o PS é que é favorável a esta aberrante divisão da classe docente. Todos os outros partidos já perceberam e são da opinião que, de facto, é uma forma de destruir profissionalmente a classe e destruir também a escola pública", afirmou.

"Todos os grupos parlamentares estão todos do nosso lado, à excepção do PS", acrescentou Ilídio Trindade, recordando que 2009 é um ano eleitoral e "há que ver, até que ponto, os restantes partidos nos seus programas eleitorais colocam a problemática da educação do lado certo".

"O lado certo é o nosso lado", destacou o responsável, que adiantou: "Esperamos que cumpram a sua palavra".

Já Octávio Gonçalves, do Movimento de Valorização de Professores (PROmova), admitiu que o ano eleitoral vai ser aproveitado para negociar com os partidos da oposição.

"Existe uma confluência de posições públicas dos vários partidos que coincidem com as reivindicações dos professores e, portanto, eles próprios propõem acabar com a divisão injusta da carreira e substituir este modelo de avaliação", assegurou.

Segundo o dirigente, existe a convicção entre os professores "de que a revogação da divisão da carreira e a substituição deste modelo de avaliação é apenas uma questão de tempo e será até às eleições".

Segundo Octávio Gonçalves, "os professores têm a expectativa, como o País, de que o PS não obterá a maioria absoluta".

O encontro de hoje, que reúne cerca de 70 professores, visa "denunciar as políticas educativas do Ministério da Educação", mas também decidir sobre novas formas de luta para o terceiro trimestre, adiantou, por sua vez, Ricardo Silva, da Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE).

Ricardo Silva salientou que a reunião pretende "consolidar e reforçar" a unidade dos professores, e manter "o espírito de luta e resistência".

Em causa está o Estatuto da Carreira Docente e a avaliação dos professores, esta última que classificou como "verdadeira farsa".

"Não tem nada a ver com o processo de avaliação que foi montado há um ano atrás pelo Ministério da Educação", realçou, adiantando que "está a ser feita com base em processos nos quais não reconhecemos qualquer seriedade".

"Exigimos uma avaliação, mas que tem de ser mais séria, mais rigorosa, cientificamente validada e que seja formativa e possa melhorar as práticas e a qualidade do ensino", declarou Ricardo Silva.

Fonte SYR. Leiria, 14 Mar (Lusa)

publicado por damasceno às 14:20